APRESENTAÇÃO DO PLANO DE MONITORAMENTO TERRITORIAL DA TERRA INDIGENA MAMOADATE

A Manxinerine Ptohi Kajpa Hajene (MAPKAHA)(Organização do Povo Manchinerido Rio Iaco), a Associação Manxinerine Ywptowaka (AMY), a Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre) e o projeto Amazônia 2.0 (A2.0), organizaram no dia 8 de novembro de 2021 o evento de Apresentação do Plano de Monitoramento Territorial da Terra Indígena Mamoadate.

O objetivo foi apresentar para os órgãos gestores, além parceiros e demais interessados, o Plano de Monitoramento Territorial da Terra Indígena (TI) Mamoadate, de forma que as contribuições possam ser apoiar o processo de revisão dos instrumentos de gestão do território

O Plano será uma importante contribuição para a atualização do Plano de Gestão Territorial Ambiental (PGTA) da Terra Indígena Mamoadate, o qual ainda foi atualizado”, enfatiza Vera Reis Brown Vera Reis Brown, Diretora executiva da SEMAPI-AC.

O evento foi realizado de forma híbrida - com participantes acompanhando presencialmente na sede da Secretaria de Meio Ambiente e Politicas Indígenas do Acre (SEMAPI – AC) e outros de forma remota pela plataforma Zoom. Carolle Alarcon, coordenadora técnica nacional A2.0 Brasil e Vera Olinda Sena de Paiva Secretaria Executiva da Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre) deram inicio ao evento, seguido da apresentação do Plano por Ana Luiza Melgaço coordenadora Programa de Politicas Públicas e Articulação Regional da CPI-Acre e Lucas Artur Manchineri, Mateus Manchineri e Jurandir Lourival Jaminawa, lideranças indígenas da TI Mamoadate.

Foto: Aldalúcia Carvalho, 2021

O Plano de Monitoramento Territorial foi organizado e sistematizado pela CPI-Acre no âmbito da cooperação com o projeto A2.0, e teve como ponto de partida o acúmulo de experiências de monitoramento e vigilância territorial desenvolvidas desde 2015 em torno das ações estratégicas definidas no PGTA, assim como do processo participativo em curso de planejamento, realização, avaliação e atualização das ações de monitoramento e vigilância coordenado pela CPI-Acre junto aos Agentes Agroflorestais Indígenas (AAFI), lideranças e membros da Comissão de Monitoramento da TI Mamoadate.

Com um total de 19 participantes presenciais - sendo 10 líderes indígenas de Mamoadate técnicos da SEMAPI-AC, da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), e a coordenação Nacional do projeto A2.0 no Brasil – e 26 participantes remotos entre pesquisadores da Universidade Federal do Acre (UFAC) e da Fundação Getulio Vargas (FGV), técnicos da CPI-Acre, representantes da União Europeia e da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) por meio da Frente de Proteção Etnoambiental (FPE) Envira, responsável pela coordenação das ações de proteção a povos isolados no estado do Acre e da Coordenação Regional Alto Rio Purus a qual atua no território de abrangência de Mamoadate.

Foto: Carolle Alarcon, 2021

Vera Olinda, da CPI-Acre finalizou o evento reafirmando o compromisso de seguir com a formação dos AAFI e monitores indígenas para fortalecer o monitoramento e vigilância territorial em Mamoadate, enfatizando que a apresentação do plano de monitoramento demanda a continuidade das parcerias para que as ações se efetivem. Destacando que um dos caminhos é também o fortalecimento institucional das organizações indígenas para acessar recursos a realizar ações. 

Mateus Manchineri, colocou a relevância e os desafios do monitoramento territorial. Em sua apresentação destacou que “os monitores Manxineru estão realizando as ações com regularidade, que ainda existem dificuldades, mas que já se veem resultados”. Reafirmou a necessidade de parceria e reforçou que “Fortalecer nossa autonomia é fortalecer nossa espiritualidade”.

Após o evento a diretora da SEMAPI, Vera Reis Brown convidou os indígenas presentes para discutir desafios e perspectivas levantadas ao longo da reunião.