COMUNIDADES INDÍGENAS DO PERU EM PERIGO PELO COVID-19

A Associação Interétnica de Desenvolvimento da Selva Peruana (AIDESEP), instituição que representa a mais de 1500 comunidades amazónicas, declarou a Amazônia indígena em emergência pela pandemia do coronavírus (COVID-19).

 A declaração foi feita no dia 1 de abril, através de uma carta enviada ao presidente do Peru, Martín Vizcarra, e a comunidade internacional.

Nesta carta, se explicou, como articular e atuar de forma imediata neste contexto de crise mundial que está abatendo à população mais vulnerável:

“Informamos ao mundo, que a Amazônia indígena está em EMERGÊNCIA e informamos que decidimos fechar nossas fronteiras comuns em todas nossas terras, isto frente ao avanço da ameaça”, explica o documento.

Na declaração, a associação exige ao governo central um plano estadual de emergência para as comunidades nativas da Amazônia perante o avanço da pandemia. A este respeito, as comunidades levantaram 17 demandas entre as que está a urgência de ter máscaras, provas rápidas e moleculares e receber a bolsa de S/ 380, pois não tem recebido o apoio dos municípios com cestas de alimentos, pois esta ação está limitada a áreas urbanas.

“[…] Estamos “invisíveis” pelos defeitos de foco nos registos e estatísticas nacionais. Não sabemos quantos indígenas amazónicos estamos infectados, simplesmente, porque nossas comunidades estão “muito longe”, denúncia a declaração assinada por Lizardo Cauper, presidente de AIDESEP.

Como é conhecido, o primeiro caso de transmissão em Loreto foi registrado o passado 17 de março e até hoje a quantidade de infectados subiu a 66, transformando Loreto no departamento com maior número de casos de coronavírus depois de Lima.

A chegada da pandemia do COVID-19 nas comunidades indígenas seria catastrófica, considerando as difíceis condições de saúde que a população se encontra e até hoje, também não receberam nenhum benefício ou apoio por parte do Estado. 

Como último ponto, no documento oficial, se estabelece que as organizações indígenas oferecem seus equipamentos técnicos, escritórios, embarcações e tudo o que for preciso em sistemas de comunicação e articulação nas nossas comunidades parceiras em toda a Amazônia.