Intercâmbio de conhecimentos técnicos entre monitores waorani e técnicos do Povo Shuar Arutam no Equador

Técnicos e líderes do Povo Shuar Arutam (PSHA) visitaram as comunidades waorani Meñepade e Konipade, para participar de um treinamento focado no intercâmbio de conhecimentos com os supervisores técnicos da Nacionalidade Waorani, no uso da tecnologia para o mapeamento e monitoramento comunitário, no âmbito da cooperação do projeto Amazônia 2.0, com a Fundação EcoCiencia, e o programa Todos os Olhos na Amazônia (TOA), da organização Hivos.

O encontro intercultural aconteceu em dois momentos, teve um primeiro encontro nas comunidades waorani de Meñepade e Konipade e um segundo espaço na cidade do Puyo. 

Nas comunidades, os participantes tiveram experiências, escutaram depoimentos e práticas com os técnicos comunitários, sócios e líderes das comunidades, com o uso das ferramentas tecnológicas para a implementação de uma estratégia de registro e gestão de ameaças. Este primeiro momento terminou com uma visita ao escritório do Monitoramento Waorani e uma reunião com a participação de Gilberto Nenquimo, presidente da Nacionalidade Waorani, quem conversou sobre a operação do monitoramento waorani para a administração rápida e oportuna dos informes de pressões e ameaças, assim como também compartilhou histórias de sucesso e lições aprendidas na implementação.

Sobre isto, Marco Martínez, executivo do território do PSHA, explicou: “Para nós, é importante o intercâmbio de experiências que está sendo executado no território waorani, porque eles começaram com um processo de preparação para ser capazes e enfrentar as pressões e ameaças no território. Este time é importante porque permite que a gente possa conhecer a tecnologia que se utiliza para produzir a informação da última instância para conhecimento das autoridades e que desta forma seja um processo de denúncia, que pode acontecer dentro do território como em outros níveis do governo”.

Pela sua parte, Aurealia Ahua, monitora técnica do Território Waorani disse: “Tenho trabalhado por 3 anos com o projeto Amazônia 2.0 no Território Waorani, e desta vez interagimos com os colegas do PSHA que vieram fazer um intercâmbio para conhecer as ferramentas tecnológicas que usamos para defender nosso território. Aprenderam muito bem, e espero que mais adiante tenhamos uma nova oportunidade para que participem novamente conosco e possam aprender a defender seu território”.

No treinamento na cidade do Puyo, os membros do PSHA aprenderam a desenvolver e executar, passo a passo, as metodologias executadas; entre as que estão a elaboração de informes para registrar as pressões e ameaças usando os telefones inteligentes e as aplicações móveis, gerando processos para conectar os formulários de registro com as plataformas e os servidores em linha para reportar, sistematizar e administrar a informação gerada. Além disso, conhecimentos sobre outras ferramentas foram transferidos para registrar pressões e ameaças, por exemplo, GPS, armadilhas fotográficas, drones, tablets, entre outros.

Yadira Martínez, técnica do PSHA, comentou: “Aprendi sobre o monitoramento, e este conhecimento, de como eles [os waorani] começaram a monitorar o território, vou compartilhar com os meus colegas, sobre como é sua luta, como é sua forma de viver”.

A participação dos membros do PSHA acontece no âmbito de cooperação entre o programa Todos os Olhos na Amazônia (TOA) da organização Hivos, e a Fundação EcoCiencia através do projeto Amazônia 2.0.